Ressuscitou ao Terceiro Dia e Subiu aos Céus
“Por que procurais Aquele que vive entre os mortos? Ele não está aqui; ressuscitou” (Lc 24,5-6). No quadro dos acontecimentos da Páscoa, o primeiro elemento com que se depara é o sepulcro vazio. Ele não constitui em si uma prova directa. A ausência do corpo de Cristo no túmulo poderia explicar-se de outra forma (Jo 20,13;Mt 28,11-15). Apesar disso, o sepulcro vazio constitui para todos um sinal essencial. A sua descoberta pelos discípulos foi o primeiro passo rumo ao reconhecimento do fato da Ressurreição.
Maria de Mágdala e santas mulheres que vinham terminar de embalsamar o corpo de Jesus (Mc 16,1,Lc24,1), foram as primeiras a encontrar o Ressuscitado, assim as mulheres foram as primeiras mensageiras da Ressurreição de Cristo para os apóstolos (Lc 24,9-10).
Jesus ressuscitado tem com seus discípulos relações directas, no momento em que aparece a eles. Os discípulos tocam-lhe e com Ele comem (Jo 20,27;Jo 21,9.13-15). Jesus convida-os com isto a reconhecer que Ele não é um espírito, mas sobretudo a perceberem que o corpo ressuscitado é o mesmo que foi martirizado, pois traz ainda as marcas da sua Paixão (Lc 24,40). A grande diferença que Jesus quer mostrar é que o seu corpo autêntico possui propriedades novas de corpo glorioso e não está mais situado no espaço e no tempo, mas pode tornar-se presente a seu modo (Mt 28,9.16-17), pois a sua humanidade não está presa à terra, mas pertence ao domínio do Pai (Jo20,17).
Aspectos que diferenciam a Ressurreição de Jesus
Lemos no Evangelho que muitos ressuscitaram dos mortos, como lázaro, o filho da viúva e a filha do Chefe da Sinagoga. Mas a Ressurreição de Jesus difere das outras, poderíamos citar em especial quatro aspectos:
a. Primeiro, devido à causa da ressurreição, porque os outros que ressuscitaram, não ressuscitaram por próprio poder, mas pelo poder de Cristo ou das orações de algum santo. Cristo ressuscitou por próprio poder, porque não era apenas homem, mas também Deus, e a divindade do Verbo jamais se separou nem de sua alma, nem de seu corpo. Por isso, o corpo reassumiu a alma e a alma o corpo, quando queria. Assim se confirma em Jo 10,18 “Tenho poder para entregar a minha alma, bem como para a reassumir”.
b. Difere, em segundo lugar, devido à vida que fora ressuscitada. Cristo ressuscitou para a vida gloriosa e incorruptível, conforme se lê na aos Romanos: “Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai”. Os outros, para a mesma vida que antes possuíam, como se verificou em Lázaro e nos outros ressuscitados.
c. Difere ainda a Ressurreição de Cristo da dos outros quanto à sua eficácia e quanto ao seu futuro, porque foi em virtude daquela que todos ressuscitaram, assim confirma-se em Mt 27,52 : Muitos corpos dos Santos que dormiam ressuscitaram. E também em I Cor 15,20 : Cristo ressurgiu dos mortos, primícia dos que dormem.
d. A quarta, diferença é relativa ao tempo, porque a ressurreição dos outros foi retardada para o fim dos tempos, a não ser que tenha sido concedida por privilégio, como a da Virgem Santa. Cristo, porém, ressuscitou ao terceiro dia porque a sua Ressurreição e Morte realizaram-se para a nossa salvação, e Ele, portanto, só quis ressurgir quando fosse vantajoso para a nossa salvação. Ora, se ressuscitasse imediatamente após a morte, não se acreditaria que Ele tivesse morrido. Se fosse demasiadamente protelada a ressurreição, os discípulos não perseverariam na fé, e nenhuma utilidade teria a sua Paixão, com confirma a Sl 29,10 : "Que utilidade haveria em ter eu derramado o sangue, se desci ao lugar da corrupção?"
Sentido e alcance salvífico da Ressurreição
A Ressurreição de Cristo constitui antes de tudo a confirmação de tudo o que o próprio Cristo fez e ensinou. Ela é o cumprimento da promessa do A.T. (Lc 24,26-27) e do próprio Jesus durante sua vida terrestre (Mt 28,6). A verdade da divindade de Jesus é confirmada pela Ressurreição (Jo 8,28).
A Partir da morte de Jesus, libertamo-nos do pecado, e a partir da Ressurreição, Jesus abre as portas de uma nova vida para nós. Esta é a primeira justificação que nos restitui a graça de Deus (Rm 4,25). A vitória sobre a morte do pecado consiste na nova participação na graça (Ef 2,4-5). Ela realiza a adopção filial, pois os homens se tornam irmãos de Cristo (Mt 28,10; Jo 20,17).
O Cristo ressuscitado vive no coração dos seus fiéis. Nele os cristãos “saboreiam o dom celeste” (Hb 6,5) e sua vida é atraída por Cristo ao seio da vida divina (Cl 3,1-3) a “fim de que não vivam mais para si mesmo mas para aquele que morreu e ressuscitou por eles” (Cor 5,15).
Ascensão de Jesus (Cat 659 - 664)
“E o Senhor Jesus, depois de ter-lhes falado, foi arrebatado ao Céu e sentou-se à direita de Deus Pai” (Mc 16,19). O corpo de Jesus foi glorificado desde o momento da Ressurreição e recebe agora propriedade novas sobrenaturais que irá desfrutar em carácter definitivo (Lc 24,31; Jo 20,19.26). Só aquele que “saiu do Pai” pode “retornar ao Pai”: Cristo (Jo 16,28).
A elevação da Cruz significa e anuncia a elevação da Ascensão ao céu (Jo 12,23). Jesus Cristo , o único Sacerdote da nova e eterna aliança, não “entrou em um santuário feito por mão de homem ... e sim do próprio céu, a fim de comparecer agora diante da face de Deus a nosso favor” (Hb 9,24).
Jesus Cristo, Cabeça da Igreja, nos precede no Reino de glorioso do Pai para que nós, membros de seu Corpo, vivamos na esperança de entrarmos um dia eternamente com Ele. Tendo entrado uma vez por todas no santuário do céu, Jesus Cristo intercede sem cessar por nós como mediador que nos garante permanentemente a efusão do Espírito Santo.
A segunda vinda de Jesus ou parusia (Cat 668 - 679)
A partir da Ascensão, o Advento de Cristo na glória que poderá acontecer
A fé ensina que a história deste mundo caminha para a sua consumação, quando Jesus virá “rematar” a obra que iniciou em sua primeira vinda. A volta gloriosa de Cristo constitui a mensagem que norteia a vida dos cristãos. A Parusia do Senhor deve marcar as atitudes do cristão neste mundo. O Reino de Deus já começou, mas com ele subsistem ainda resquícios do “reino de Satanás” e do Mistério da Iniquidade (2Tes 2,7). O cristão tem dentro de si o Reino de Deus, mas traz este tesouro guardado em “vaso de argila”, pois ainda precisa ver “joio no meio do trigo” e aguarda com uma atitude heróica o dia da consumação, para presenciar a “eliminação do joio”.
A Igreja só entrará na glória do Reino através da sua última Páscoa, em que seguirá seu Senhor na sua Morte e Ressurreição (Ap 19,1-9). O Reino de Deus se realizará pela vitória de Deus sobre todo desencadeamento último do mal (Ap 20,7-10) que fará a sua esposa ( a Igreja gloriosa) descer do céu (Ap 21,2-4).
Ao vir no fim dos tempos julgar os vivos e os mortos, Cristo glorioso revelará a disposição secreta dos corações e retribuirá a cada um segundo suas obras e segundo tiver acolhido ou rejeitado.
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